1 de setembro de 2009

Burlar as regras do jogo

Eu tava lendo um texto do Bauman pra minnha mono e axei esse trexo sobre a sociedade mto bom:

Não se acredita mais que a "sociedade" seja um árbitro das tentativas e erros dos
seres humanos - um árbitro severo e intransigente, por vezes rígido e impiedoso, mas de
quem se espera ser justo e de princípios. Ela nos lembra, em vez disso, um jogador
particularmente astuto, ardiloso e dissimulado, especializado no jogo da vida,
trapaceando quando tem chance, zombando das regras quando possível - em suma, um
perito em truques por baixo do pano que costuma apanhar todos os outros jogadores, ou
a maioria deles, despreparados. Seu poder não se baseia mais na coerção direta: a
sociedade não dá mais as ordens sobre como se viver - e, mesmo que desse, não lhe
importaria muito que elas fossem obedecidas ou não. A "sociedade" deseja apenas que
você continue no jogo e tenha fichas suficientes para permanecer jogando.
A força da sociedade e o seu poder sobre os indivíduos agora se baseiam no fato
de ela ser "não-localizável" em sua atitude evasiva, versatilidade e volatilidade, na
imprevisibilidade desorientadora de seus movimentos, na agilidade de ilusionista com
que escapa das gaiolas mais resistentes e na habilidade com que desafia expectativas
[p.59] e volta atrás nas suas promessas, quer declaradas sem rodeios ou engenhosamente
insinuadas. A estratégia certa para lidar com um jogador tão evasivo e não confiável é
derrotá-lo no seu próprio jogo...

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